segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Resposta ao Comentário do Post Anterior

Me vejo obrigada a abrir um post em resposta ao comentário do post anterior: "enviado por: Misael Site: http://lagrimaspoeticas.weblogger.ter Realmente existe a dúvida em quanto o homem é responsável pelo aquecimento global, ´só que este não deve ser o foco principal, algumas pessoas criam um prognóstico apocalíptico para convencerem as pessoas a preservar a natureza, mas, nas cidades, cada vez mais pessoas sofrem com doenças respiratórias, gosto de viajar e admirar a natureza, só que ela está sendo destruída, cada vez que eu vou para o litoral, percebo que o número de pássaros está diminuindo, se o homem é, ou não culpado pelo aquecimento, é secundário, de qualquer forma devemos preservar a natureza. desculpe meu texto prolixo, mas agora estou com sono, até mais. " Eu também acho importante nos importarmos com o mundo, com a natureza - não exijo aos que não me conhecem que saibam disso. O fato é que precisamos pensar no mundo como um todo. Parar com esse sensacionalismo ambientalista. É claro que é importante, e muito, cuidarmos do nosso planeta. Mas fazem esse sensacionalismo todo na mídia pura e simplesmente por que dá ibope. Aí, vêm as empresas socioambientalmente responsáveis, que se eximem de todos os outros problemas do mundo por que já estão fazendo a sua parte. A destruição da natureza não é nada mais do que fruto da busca desenfreada pelo lucro. Assim como o é todas as consequências tristes ao home a que tomamos conhecimetno - fome, seca, menores abandonados, etc. Não podemos destacar essas lutas, e tratá-las como coisas distintas. Temos que atacar a causa. O que quis mostrar no texto do Prof. Conti, foi que a mídia sempre faz tempestade em copo d'água. E que eu me coloco, desde quando criei o blog, obrigada a dar sempre o "outro lado da história". Coisas que não vimos no Jornal Nacional (argh!!) Enfim, sei como é ótimo quando lemos algo que nso dá o outro lado da moeda. E faz nosso raciocínio ter outro caminho, ainda não explorado. É é isso que teimo em fazer aqui. Só isso!! Pensemos!!

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

As Causas ainda Incertas do Aquecimento Global

Oilá a todos! Bom, estava no domingão à noite, sentada no sofá, vendo TV. E eis que o detentor dos poderes dos manipuladores de nossa mente - quem estava com o controle remoto na mão -, coloca no Fantástico. Estava passando aquela imensa reportagem sobre o Aquecimento Global. Não consegui ver até o fim. Bom, mas aí, veio aquela voz assustadora, fazendo as previsões catastróficas, dizendo que esse vai ser o ano mais quente de "zilhões" de anos, que vamos morrer de baixo da água das calotas, que vai derreter e invadir - detesto essa palavra! - o litoral; e que o Homem é um monstro que só sabe poluir e destruir a natureza, e que por isso ela vai se vingar. Uahahahahahaha!!! (risada malévola). Enfim, vieram com a ladainha catastrófica de sempre. As revistas também adoram isso. É. Acho que isso vende, para ficarem falando nisso desde que o ano começou até agora!! Bom, como tenho escutado isso desde o dia primeiro de janeiro, resolvi colocar um texto aqui, de um professor lá da Geografia da USP (p´ra quem não me conheçe), que trata desse assunto de uma maneira menos sensacionalista (e é super bonzinho por sinal. bonzinho é uma palavra horrível, mas não há outra para classificá-lo). Bom, no texto ele escreve sobre causas do aquecimento. Bom, o texto "fala" por si próprio. E até mais!! As Causas ainda Incertas do Aquecimento Global José Bueno Conti* No dia 29 de agosto de 2005, a cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos, foi atingida pelo “Katrina”, um furacão tropical com ventos que ultrapassaram 222 km/h e precipitações de 180 mm em apenas um dia. As conseqüências foram trágicas: 80% da área urbana ficou submersa, produzindo danos materiais devastadores e mais de 200 mortos. No dia seguinte, o município brasileiro de Muitos Capões (RS) sofreu a passagem de um tornado, com ventos de 110 quilômetros por hora, que também deixou um rastro de destruição e dezenas de feridos. Tais excepcionalidades atmosféricas, bem como a fusão acelerada dos gelos antárticos e das altas montanhas, elevação da média térmica e do nível dos oceanos, vêm sendo apontadas como indícios do que se passou a chamar de aquecimento global. O questionamento levantado pela comunidade estudiosa não diz respeito, portanto, às mudanças em si mesmas, porque são evidentes, mas às suas causas e se estas são controláveis pela ação humana. Desde as investigações do físico sueco Arrhenius (século XIX), sabe-se que determinados gases, especialmente o dióxido de carbono (CO2), têm a capacidade de bloquear a radiação de onda longa procedente da superfície, “aprisionando” o calor na baixa troposfera, fenômeno que se convencionou denominar de efeito estufa. Foi baseado na hipótese de o aquecimento ser causado por esses gases que se chegou ao Protocolo de Quioto, lançado na cidade japonesa em 1997, mas em vigor somente a partir de fevereiro de 2005. Reza esse acordo que os países mais industrializados, os maiores geradores desses gases, devem restringir suas emissões em 5,2%, até 2012, com base nos níveis de 1990, estabelecendo sanções para os não cumpridores. Os demais países (inclusive o Brasil), que provisoriamente ficariam de fora, poderiam ser beneficiados com a adoção do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), modelo que propõe aos industrializados a troca da redução das emissões de gases em seus territórios por investimentos em projetos de energia renovável e de absorção de carbono, também chamados de “sumidouros de carbono”, nos países menos desenvolvidos. Aos países que tivessem essa iniciativa seriam conferidos “créditos de carbono” ou aumento permitido de suas cotas de emissão. O Brasil já obteve vantagens com o MDL, acolhendo projetos empresariais de energias alternativas e de “sumidouros de carbono”. Há, contudo, questionamentos quanto ao êxito do Protocolo de Quioto para o controle do clima global, em primeiro lugar, devido à negativa de participação dos Estados Unidos – os maiores emissores mundiais (36,1% do total) – e da Austrália. No que diz respeito ao MDL, os planos de reflorestamento para “seqüestrar” carbono, por exemplo, não representam uma garantia de que, mais cedo ou mais tarde, o CO2 estocado não seja liberado de volta para a atmosfera. É importante assinalar, ainda, que o efeito estufa é um fenômeno natural, assegurado pela presença do vapor d’água, sem o qual a temperatura média do planeta, hoje em torno de 15ºC, desceria para -18ºC. Ele constitui o agente mais ativo da absorção da radiação infravermelha (onda longa) e, portanto, do aquecimento do ambiente. Contribui com 60% e seu volume na atmosfera independe da ação humana. Origina-se da radiação solar que incide sobre as superfícies líquidas, lembrando-se que os oceanos constituem 73% da superfície do planeta. Em virtude da concentração do calor nas baixas latitudes, a evaporação torna-se muito ativa nos mares tropicais, mas a dinâmica geral da atmosfera encarrega-se de distribuir esse vapor por todo o planeta, alimentando o efeito estufa global. A maioria dos textos que tratam do assunto superestimam, no nosso entender, a responsabilidade dos gases produzidos pela ação humana, os quais, como vimos, têm percentualmente uma participação menor (40%). Embora os dados registrados ao redor do globo mostrem uma tendência clara de elevação da média térmica nas últimas três décadas, é plausível admitir a hipótese de que se trata de um ciclo de aquecimento impulsionado, predominantemente, por causas naturais, e que poderá ser revertido, como já ocorreu em outros momentos da história do planeta. Da mesma forma, há informações confiáveis indicando exemplos de redução e não de aumento do calor. Parece muito provável que os gases estufa, resultantes da atividade antrópica, ainda não compõem um volume suficiente para explicar o processo e que a ação do vapor d’água no bloqueio da radiação infravermelha ainda prevalece amplamente. Calamidades meteorológicas das proporções do Katrina já ocorreram no passado. O melhor exemplo foi o furacão “Camille” que também castigou Nova Orleans, em 1969. A respeito do aquecimento global, a comunidade científica ainda se defronta com muitas incertezas e os conhecimentos acumulados são insuficientes para permitir conclusões categóricas e definitivas. Pesquisas mais abrangentes, com certeza, oferecerão subsídios mais consistentes para a compreensão do processo. *José Bueno Conti é professor titular de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. fonte:Jornal UNESP, Outubro/2005, Ano XIX, nº 205