quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A lei de Zeca Pagodinho

Esse texto, que está circulando pela internet, é simplesmente maravilhoso! Reflete tudo que eu sempre digo: vamos aplicar o que pregamos hoje, chega de hipocrisia! A lei de Zeca Pagodinho Naylor Marques Diz uma história que numa cidade apareceu um circo, e que entre seus artistas havia um palhaço com o poder de divertir, sem medida, todas as pessoas da platéia e o riso era tão bom, tão profundo e natural que se tornou terapêutico. Todos os que padeciam de tristezas agudas ou crônicas eram indicados pelo médico do lugar para que assistissem ao tal artista que possuía o dom de eliminar angústias. Um dia, porém, um morador desconhecido, tomado de profunda depressão, procurou o doutor. O médico então, sem relutar, indicou o circo como o lugar de cura de todos os males daquela natureza, de abrandamento de todas as dores da alma, de iluminação de todos os cantos escuros do nosso jeito perdido de ser. O homem nada disse, levantou-se, caminhou em direção à porta, e quando já estava saindo, virou-se, olhou o médico nos olhos, e sentenciou: - "Não posso procurar o circo... Aí está o meu problema: eu sou o palhaço". Como professor, vejo que, às vezes, sou esse palhaço, alguém que trabalhou para construir os outros e não vê resultado muito claro daquilo que faz. Tenho a impressão que ensino no vazio (e sei que não estou só nesse sentimento) porque, depois de formados, meus ex-alunos parecem que se acostumam rapidamente com aquele mundo de iniqüidades que combatíamos juntos. Parece que quando meus meninos(as) caem no mercado de trabalho, a única coisa que importa é quanto cada um vai lucrar, não importando quem vai pagar essa conta e nem se alguém vai ser lesado nesse processo. Aprenderam rindo, mas não querem passar o riso à frente, e nem se comovem com o choro alheio. Digo isso, até em tom de desabafo, porque vejo que cada dia mais meus alunos se gabam de desonestidades. Os que passam os outros para trás são heróis e os que protestam são otários, idiotas ou excluídos, é uma total inversão dos valores. Vejo que alguns professores partilham das mesmas idéias, e as defendem em sala de aula e na sala de professores, e se vangloriam disso. Essa idéia vem me assustando cada vez mais, desde que repreendi, numa conversa com alunos, o comportamento do cantor Zeca Pagodinho, no episódio da guerra das cervejas e quase todos disseram que o cantor estava certo, tontos foram os que confiaram nele. "O importante professor é que o cara embolsou milhões", disse-me um; outro: "daqui a pouco ninguém lembra mais, no Brasil é assim, e ele vai continuar sendo o Zeca, só que um pouco mais rico". Todos se entreolharam e riram, só eu, bobo que sou, fiquei sem graça. O pior é quando a gente se dá conta que no Brasil é assim mesmo, o que vale é a Lei de Gérson: "o importante é levar vantagem em tudo". A pergunta é: É possível, pela lógica, que todo mundo ganhe? Para alguém ganhar é óbvio que alguém tem de perder. A lógica é: . Guardar o troco a mais recebido no caixa do supermercado . Enrolar a aula fingindo que a matéria está sendo dada . Fingir que a apostila está aberta na matéria dada, mas usá-la como apoio enquanto se joga forca, batalha naval ou jogo da velha . Dizer que leu o livro, quando ficou só no resumo ou na conversa com quem leu . Cortar a fila do cinema ou da entrada do show . Marcar só o gabarito na prova em branco, copiado do vizinho, alegando que fez as contas de cabeça . Comprar na feira uma dúzia de quinze laranjas . Brigar para baixar o preço mínimo das refeições nos restaurantes universitários, para sobrar mais dinheiro para a cerveja da tarde . Bater num carro parado e sair rápido antes que alguém perceba . Arrancar as páginas ou escrever nos livros das bibliotecas públicas . Arrancar placas de trânsito e colocá-las de enfeite no quarto . Fraudar propaganda política mostrando realizações que nunca foram feitas . Trocar o voto por empregos, pares de sapato ou cestas básicas É a lógica da perpetuação da burrice... E não adianta pensar que logo bateremos no fundo do poço, porque o poço não tem fundo. Quando um país perde, todo mundo perde! Parafraseando Schopenhauer: "Não há nada tão desgraçado na vida da gente que ainda não possa ficar pior". Se os desonestos brasileiros voassem, nós nunca veríamos o sol. Felizmente há os descontentes, os lutadores, os sonhadores, os que querem manter o sol aceso, brilhando e no alto. No entanto, de nada adianta o conhecimento sem o caráter. A luz é, e sempre foi, a metáfora da inteligência. Que nas escolas seja tão importante ensinar Literatura, Matemática ou História quanto decência, senso de coletividade, coleguismo e respeito por si e pelos outros. Acho que o mundo (e, sobretudo, o Brasil) precisa mais de gente honesta do que de literatos, historiadores ou matemáticos. Ou o Brasil encontra e defende esses valores e abomina Zecas, Gérsons, Dirceus, Dudas e todos os marketeiros que chamam desonestidades flagrantes de espertezas técnicas, ou o Brasil passa de país do futuro para país do só furo. De um Presidente da República espera-se mais do que choro e condecoração a garis honestos, espera-se honestidade em forma de trabalho e transparência. De professores, espera-se mais que discurso de bons modos, espera-se que mereçam o salário que ganham (pouco ou muito) agindo como quem é honesto. Quem plantar joio, jamais colherá trigo. A honestidade não precisa de propaganda, nem de homenagens, precisa de exemplos. Quando reflexões assim são feitas, cada um de nós se sente o palhaço perdido no palco das ilusões. A gente se sente vendendo o que não pode viver, não porque não mereça, mas porque não há ambiente para isso. Quando seria de se esperar uma vaia coletiva pelo tombo, pelo golpe dado na decência, na coerência, na credibilidade, no senso de respeito, vemos a população em coro delirante gritando "bis" e, como todos sabemos, um bis não se despreza. Então, uma pirueta, duas piruetas, bravo! bravo! E vamos todos rindo e afinando o coro do "se eu livrar a minha cara o resto que se dane". Enquanto isso, o Brasil de irmã Dulce, de Manuel Bandeira, do Betinho, de Clarice Lispector, de Chiquinha Gonzaga e de muitos outros heróis anônimos que diminuíram a dor desse país com a sua obra, levanta-se, caminha em silêncio até a porta, vira-se e diz: "Esse é o problema... Eu sou o palhaço".

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Violência contra acampados

Bem, a discussão tá boa, mas preciso publicar uma notícia,já dada pela grande mídia, mas pelo outro lado da estória: (recebido via mala-direta por e-mail) Estimado amigo e amiga do MST, Nesta edição especial, queremos compartilhar a luta da Via Campesina contra a transnacional Syngenta Seeds da Suíça e denunciar os vários crimes que essa empresa vem cometendo contra o povo e em território brasileiro: 1. CRIME DE EXECUÇAO SUMÁRIA CONTRA A VIDA DE BRASILEIROS: No último domingo, dia 21 de outubro, por voltas das 13h30, após a reocupação da área, que aconteceu no início da manhã do mesmo dia, mais de 40 pistoleiros, de uma milícia fortemente armada, sob a fachada de empresa NF Segurança, invadiram o Acampamento Terra Livre, na área de experimentos de transgênicos e executaram a queima roupa o companheiro Valmir Mota de Oliveira, o Keno. Os feridos, Gentil Couto Viera, Jonas Gomes de Queiroz, Domingos Barretos, Izabel Nascimento de Souza e Hudson Cardin, foram encaminhados para os hospitais da região. Izabel, que ficou em coma, já está fora perigo, mas infelizmente perdeu a visão de um olho, devido ao tiro. Mais um episódio que causa indignação. Keno era um entre as centenas de militantes da Via Campesina, que há mais de um ano tornaram público ao Brasil e ao mundo, os crimes ambientais da Syngenta. A tragédia, que tirou a vida de um jovem militante e pai de família, de 34 anos, chocou defensores da Reforma Agrária em todo o mundo, entrou para a ultrajante estatística das execuções sumárias ocorridas em conflito por terra no Brasil. Esse não foi o primeiro caso de assassinato de Sem Terra ocorrido no estado, ao contrário, o Paraná é um dos estados brasileiros com maior índice de violência contra trabalhadores rurais Sem Terra. Em 2006 foram registrados 76 casos de conflito por terra no Paraná. Entre 1994 e 2002 ocorreram 16 assassinatos de trabalhadores rurais Sem Terra; 31 trabalhadores foram vítimas de atentados; 47 foram ameaçados de morte; sete foram vítimas de tortura e 324 ficaram feridos. Não houve punição dos mandantes ou executores dos crimes. O próprio Keno e outros dois integrantes do MST, Celso Ribeiro Barbosa e Célia Lourenço, já haviam sido ameaçados de morte, como consta em Boletim de Ocorrência registrado em 28 de março deste ano. Por várias vezes, seguranças da Syngenta entraram no Assentamento Olga Benário, que fica ao lado da fazenda experimental, atirando para intimidar as famílias que ali moram. Em cada região do estado, grupos de ruralistas se organizam para coibir com violência qualquer tentativa de se fazer Reforma Agrária. Na região Noroeste, existe a União Democrática Ruralista (UDR), presente também em outras regiões do país; na região Centro-Oeste foi criado o Primeiro Comando Rural (PCR); na região Oeste, é a Sociedade Rural do Oeste (SRO), liderada pelo latifundiário Alessandro Meneghel, o mesmo que, em abril, criou o Movimento dos Produtores Rurais (MPR). Os objetivos são: formar grupos paramilitares fortemente armados para assassinar camponeses e desmobilizar a luta dos movimentos sociais. 2 – CRIMES AMBIENTAIS DA SYNGENTA: Em 2006, a transnacional Syngenta Seeds estava cultivando experimentos de sementes transgênicas, dentro da zona de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu, o que era proibido pela Lei de Biossegurança. Os experimentos transgênicos deveriam respeitar uma distância de 10 km de parques e unidades de conversação, e os cultivos transgênicos da empresa estavam a 6 km do Parque. A transnacional chegou a ser multada em R$ 1 milhão de reais, pelo IBAMA, por desrespeitar a Lei de Biossegurança, mas nunca pagou a dívida. A Syngenta Seeds utiliza a reserva da Mata Atlântica, contaminando a biodiversidade e produzindo poluentes que agridem o meio ambiente os seres humanos. 3 – UMA BREVE HISTÓRIA: Em novembro de 2006 a área foi desapropriada por decreto n° 7487 do governador Roberto Requião (PMDB) e seria destinada à construção de um Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, voltado para pesquisas e produção agroecológicas, para o abastecimento do mercado nacional. A transnacional, no entanto, conseguiu por meio de liminares na Justiça a suspensão do decreto de desapropriação e o direito de reintegração da área (de 127 hectares), que havia sido ocupada – pela primeira vez – por 70 famílias da Via Campesina, em 14 de março de 2006. 4 – EXIGIMOS JUSTIÇA SOCIAL, JURÍDICA E AMBIENTAL: I – Exigimos respeito à soberania nacional. Queremos que a Syngenta retorne ao seu país de origem, a Suíça; II – Exigimos o direito garantido na Constituição Brasileira: trabalhar na terra e produzir alimentos saudáveis, sem agrotóxicos e sem transgênicos; III – Punição para os mandantes e executores do assassinato do companheiro Keno e de todos os trabalhadores assassinados; IV – Desarmamento imediato das falsas empresas de segurança, contratadas e pagas pela Syngenta e ligadas ao agronegócio; V – Desapropriação imediata da área por crime ambiental e assassinato – cometidos pela Syngenta; VI – Garantia de segurança e proteção das vidas dos dirigentes Celso e Célia, e de todos os trabalhadores da Via Campesina na região. Não queremos mais sangue em terras brasileiras; VII – Que a Syngenta pague a divida de R$ 1 milhão de reais aos cofres públicos, por danos ambientais no estado do Paraná. VIII – Os camponeses seguem na luta para que o campo de experimento ilegal da Syngenta seja transformado em Centro de Agroecologia e reprodução de sementes crioulas para a agricultura familiar e a Reforma Agrária. O descaso das autoridades públicas, do Estado e do poder judiciário, em punir os responsáveis pelos assassinatos de Sem Terra, permite que os executores de Keno, Sebastião, Elias Meura, Anghinoni, Garibaldi, e de tantos outros mortos nos Massacres de do Camarazal (PE), Eldorado dos Carajás (PA), Felisburgo (MG), permaneçam livres, impunes e repetindo a história de mortes no campo. Agradecemos à solidariedade recebida no Brasil e de todos os continentes. O compromisso e a luta continuam com a dor do sangue derramado. Reforma Agrária: Por Justiça Social e Soberania Popular! Secretaria Nacional do MST

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Matando pelo bem do Brasil

Mário Maestri* Em "Tropa de Elite", o singular não é o filme em si, mas o estrondoso sucesso antes mesmo do seu lançamento. Como película, a obra de José Padilha repete em geral as receitas inovadoras de "Cidade de Deus", sem o brilho do célebre longa-metragem de Fernando Meirelles: a criminalidade urbana como tema; o narrador como condutor da trama; os quadros dinâmicos em uma sucessão de clips. Uma espécie de plágio doce devido parcialmente ao fato de Bráulio Mantovani assinar os roteiros das duas películas. Na essência, os filmes são opostos. Em "Cidade de Deus", através da história da comunidade homônima, Fernando Meirelles relata a construção social do criminoso, para propor superação individual pela arte e pelo trabalho (fotografia) do destino do jovem favelado ao crime. Mantendo-se nos marcos da leitura da favela pela cidade, a câmara de Meirelles procura dar a voz aos protagonistas. No fundo, é leitura social otimista, ainda que ingênua. Não há meias cores em "Tropa de Elite", apesar do sinistro claro-escuro em que o filme se move. Os protagonistas e antagonistas são feitos de uma só peça: corruptos ou honestos às vísceras. Os únicos heróis são os policiais do BOPE, a sinistra tropa de elite carioca que, no filme, tortura, mata e morre em desesperada e incompreendida última defesa da civilização contra a barbárie, da cidade contra o morro. Ao iniciar a película, o narrador traça o quadro geral maniqueísta: "Se o Rio dependesse só da polícia tradicional, os traficantes já teriam tomado a cidade [...]". "Tropa de Elite" não cria muito. Limita-se a encenar sentimentos que ultrapassam os limites das classes altas e médias endinheiradas: a certeza de que a única solução para o crime, corporificação da maldade absoluta, é a mão-de-ferro da repressão sem piedade. Proposta com a qual a mídia martela uma imensa parcela da população que materializa, no sentimento de insegurança, o stress permanente produzido pelas incertezas e insatisfações da vida quotidiana. O que não significa que o filme não possua soluções imaginosas, como a inversão da ordem normal dos fatores sociais, ao apresentar a execução do horrível traficante "Baiano", branco, pelo honestíssimo Matias, policial e acadêmico de Direito, negro. Ou a melodramática superposição de papéis de Nascimento, o capitão do BOPE, organizador dos assassinatos e homem sensível à espera do primeiro filho, símbolo da inocência do mundo que defende, à custa de permanente descida ao inferno. O deputado quer apenas saber o "quanto" vai ganhar, ao se associar a policiais que chafurdam no crime. Os estudantes discutem as causas e as soluções da marginalização social mas, no frigir dos ovos, são drogados hipócritas, traficantes e queridinhos de criminosos. Nesse mundo em degringolada, o único remédio forte é a morte e a tortura ministradas profissionalmente por policiais incorruptíveis, que entregam a vida se necessário no cumprimento de suas missões. Tudo pelo bem do Brasil. José Padilha apenas dramatiza a apologia das execuções de populares pelas forças policiais, sob as ordens e cumplicidade das autoridades e os aplausos dos meios de comunicação. "Carandiru", de Hector Babenco, denunciou sem maior sucesso o mega-massacre da polícia militar paulista. Invertendo o sinal, "Tropa de Elite" glamouriza mortandades como as do Complexo do Alemão, em junho deste ano. Através da escusa da encenação do real, "Tropa de Elite" radicaliza as propostas de "Tolerância Zero" com a criminalidade, apresentadas incessantemente pela cinematografia estadunidenses de segunda linha. Sem pruridos, extrema insinuações de séries como "Lei & Ordem" sobre a legitimidade da execução e da tortura na obtenção de resultados louváveis: a eliminação do terrorista, a morte do traficante, a prisão do pedófilo. Em fins dos anos 1980, o sucesso da subliteratura de tema esotérico de Paulo Coelho registrou a crise geral da confiança nas soluções sociais racionalistas, devido à vitória mundial da maré neoliberal. No mundo fantástico do segundo governo Lula da Silva, enquanto cresce a dilaceração dos laços sociais e nacionais, os ricos tornam-se mais ricos e as classes médias viajam ao exterior despreocupadas com a inevitável ressaca do dia seguinte do real-maravilha. O sucesso de "Tropa de Elite" registra o conservadorismo crescente da população nacional, na esteira da fragilização do mundo do trabalho e mergulho geral das lideranças populares tradicionais na corrupção. É enorme vitória dos poderosos que policiais fardados de preto encarnem a solução da insegurança nacional, distribuindo a morte entre os pobres, sob a bandeira da caveira sorridente. "Tropa de elite, osso duro de roer, pega um, pega geral, também vai pegar você!". E, se não te cuidares, meu chapa, vai te pegar, mesmo! *Mário Maestri é professor do curso de História e do PPGH da UPF. E-mail: maestri@via-rs.net (retirado do site http://www.ivanvalente.com.br/)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

CHE VIVE!

(recebido por e-mail. Dispensa qualquer comentário) Ano V - nº 143 terça-feira, 09 de outubro de 2007. LETRAVIVA CHE VIVE! Estimado amigo e amiga do MST, Hoje completam 40 anos da morte do revolucionário Ernesto Che Guevara. Em vários países do mundo, e especialmente da América Latina, militantes de esquerda e movimentos sociais realizam homenagens ao homem que se transformou num dos maiores símbolos da luta pela liberdade dos povos latino-americanos, caribenhos e africanos. Era certo que a burguesia e o imperialismo também não deixariam essa data passar despercebida. Para estas forças conservadoras, o frio assassinato que promoveram em La Higuera (Bolívia), em 1967, não foi suficiente para aplacar o ódio de classe que sentiam ao líder revolucionário. Além de assassinar o corpo, é necessário também assassinar a história. Coube à revista Veja, do Grupo Abril, ser mais uma vez, porta-voz das forças reacionárias e de praticar um jornalismo sem nenhum compromisso com os fatos. Para nós, trabalhadores e trabalhadoras, o mês de outubro é um período de resgatar a história, os ensinamentos e o exemplo de Ernesto Che Guevara. Por que recordar o Che? Porque ele dedicou sua vida para a causa do povo. Deixou-nos um legado de solidariedade incondicional com todos os oprimidos e de compromisso com as lutas pela libertação dos povos. Fidel, ao referir-se a Che, disse: "nos deixou seu pensamento revolucionário, nos deixou suas virtudes revolucionárias, nos deixou seu caráter, sua vontade, sua tenacidade, seu espírito de trabalho. O homem que deve ser modelo para nosso povo". Decididamente, a contribuição de Che, por suas idéias e exemplo, não se resumem a teses de estratégias militares ou de tomada de poder político. Nem devemos vê-lo como um super-homem, dotado de poderes sobrenaturais e infalíveis. E, tampouco exorcizá-lo, reduzindo-o a um mito. Olhando sua obra falada, escrita e vivida, podemos identificar em toda a trajetória um profundo humanismo. O ser humano era o centro de todas as suas preocupações. A admiração e o respeito devem ser direcionados a sua vida, sua capacidade dialética de sempre aprender, sua persistência em lutar contra qualquer forma de injustiça, sua capacidade dirigente e sua humildade. Ele mesmo nunca permitiu que o transformassem em um mito. ********************************* Che é para nós um exemplo de superação dos próprios limites e de um profundo amor à humanidade. "Permita-me dizer-lhes, com o risco de parecer ridículo, que o revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor [...] todos os dias é preciso lutar para que esse amor à humanidade viva se transforme em fatos concretos, em atos que sirvam de exemplo de mobilização" (Che Guevara). ********************************* A indignação contra qualquer injustiça social e sua revolta às políticas imperialistas, implementadas em qualquer parte do mundo, era o que mais o motivava a lutar. Dizia ele "... cada vez que um país se desprende da árvore imperialista, ganha não só uma batalha parcial contra o inimigo fundamental, mas também contribui para o real enfraquecimento e dá um passo para a vitória definitiva". Sua persistência, não medindo esforços em quaisquer circunstâncias, mede-se por seu trabalho, suas lutas e, sobretudo, por seu exemplo prático. Mesmo como ministro de Estado, dirigente da Revolução Cubana, fazia trabalho solidário na construção de moradias populares, hospitais, escolas e no corte da cana. "No futuro, teremos todos que cumprir os nossos deveres revolucionários e que renunciar temporariamente a certos privilégios e direitos em benefício da coletividade". Defendia, com sua elaboração teórica e com sua prática, o princípio de que os problemas do povo somente se resolvem se todo o povo participar ativamente na busca e na implementação das soluções dos seus próprios problemas. Acreditava no poder e na necessidade do povo ser protagonista de sua própria história. Para ele, uma revolução social se caracteriza, fundamentalmente, pelo fato de o povo assumir seu próprio destino, participar de todas as decisões políticas da sociedade. Sempre defendeu a integração completa dos dirigentes políticos com a população. Combatia, dessa forma, os populismos demagógicos. E assim mesclava a força das massas organizadas com o papel dos dirigentes, dos militantes, praticando aquilo que Gramsci já havia caracterizado como a função do intelectual orgânico coletivo. Teve uma vida simples e despojada. Nunca se apegou a bens materiais. Denunciava o fetiche do consumismo, defendia com ardor a necessidade de elevar permanentemente o nível de conhecimento e de cultura de todo o povo. Por isso, Cuba foi o primeiro país a eliminar o analfabetismo e, na América Latina, a alcançar o maior índice de ensino superior. O conhecimento e a cultura eram para ele os principais valores e bens a serem cultivados. "No dia em que deixamos de aprender, que acreditarmos saber tudo ou que tivermos perdido nossa capacidade de intercambio com os povos, será o dia em que teremos deixado de ser revolucionários", afirmava ele. E, acrescentava: "a sociedade em seu conjunto deve se converter em uma gigantesca escola". Para nós, o conhecimento e a experiência deixados por Che Guevara são apreendidos todos os dias, em nossas atividades cotidianas, na nossa formação, no nosso empenho pela educação, no nosso enfrentamento com o imperialismo e com a burguesia brasileira, que abandonou a idéia de construir uma Nação em nosso país. Há mais de 500 anos, a elite do nosso país preocupa-se unicamente em reforçar uma política de sermos subalternos aos interesses do mercado internacional e de facilitar a exploração das nossas riquezas naturais e do nosso povo. Mais do que nunca, as idéias e os ideais de Ernesto Che Guevara estão presentes, junto à classe trabalhadora brasileira. No mês de outubro, o resgate aos ensinamentos de Che se transforma em homenagens. Mas também, em ações práticas que se espalham por todo o país por meio da Jornada de Solidariedade e Trabalho Voluntário. Em sua memória vamos estudar, praticar ações solidárias e celebrá-lo em todas as áreas de Reforma Agrária, acampamentos e assentamentos. Sabemos que é preciso seguir pela trilha dos seus passos, buscando cada dia ser melhor na prática militante, nos estudos e na convivência com os outros. Acreditar em Che, relembrar o Che hoje é, acima de tudo, cultivar esses valores da prática revolucionária que ele nos deixou como legado. A burguesia queria matar o Che. Levou seu corpo, mas imortalizou seu exemplo. Che vive! Viva o Che! Direção Nacional do MST "Temos um caminho difícil a percorrer. A nossa força reside na unidade dos operários e camponeses, de todas as classes necessitadas, que devem marchar para o futuro". Ernesto Che Guevara Nathalie Cardone - Hasta Siempre (Comandante Che Guevara) Nathalie Cardone Aprendimos a quererte Desde la historica altura Donde el sol de tu bravura Le puso cerco a la muerte Aquí se queda la clara La entrañable transparencia De tu querida presencia Comandante Che Guevara Vienes quemando la brisa Con soles de primavera Para plantar la bandera Con la luz de tu sonrisa Aquí se queda la clara La entrañable transparencia De tu querida presencia Comandante Che Guevara Tu amor revolucionario Te conduce a nueva empresa Donde esperan la firmeza De tu brazo libertario Aquí se queda la clara La entrañable transparencia De tu querida presencia Comandante Che Guevara Aquí se queda la clara La entrañable transparencia De tu querida presencia Comandante Che Guevara (hablado) Seguiremos adelante Como junto a tí seguimos Y con Fidel te decimos Hasta siempre Comandante Aquí se queda la clara La entrañable transparencia De tu querida presencia Comandante Che Guevara Aquí se queda la clara La entrañable transparencia De tu querida presencia Comandante Che Guevara Che: " Esa hora irá creciendo cada día que pase, esa hora ya no parará más".

terça-feira, 9 de outubro de 2007

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Bem, tô meio sumida daqui.... é que tô pirando com o TGI (Trabalho de Graduação Individual, para se formar), e não estou lendo nada além do necessário para acabar sse bendito trabalho. O que tenho descoberto, são blogs - e uma comunidade do orkut - nos quais conseguimos baixar softwares, livros e até revistas!! Aqui vão 3 links: O primeiro, ótemo, tem vários jogos e programas: O Piratinha O segundo, no qual há livros e revistas e eu acbei de achar: Adeus ao Trabalho E a comunidade do orkut, na qual você encontra váááários cds, de vááários intérpretes. é só ir ao índice geral e acompanhar as letras: Discografias Ah, NUNCA CUSTA passar um anti-vírus nos arquivos, por mais que eu já tenha baixado vários arquivos - principalemte de músicas - do primeiro e do terceiro link e tenha obtido apenas um probleminha, fácil de ser resolvido, no mp3. Bom divertimento! Aproveitem!!