segunda-feira, 20 de março de 2006

A Transformação dos Animais em Alimento

Fazia tempo que eu não gostava tanto da minha publicação... É que o tempo anda curto e as reportagens na net também. As críticas se esgotaram, nada de novo. E o PSDB tá cantando vitória, com a ajuda da mídia, e enchendo o saco da gente, já estourado. Mas o tema hj é um pouquinho diferente, e bem legal. Hoje vai aqui um vídeo e um texto, sobre a crueldade da indústria de carnes e laticínios. Eu estava querendo postar isso já faz tempo, mas eu só tinha o vídeo. Queria um texto também, que coloco abaixo. Por indicação de um amigo vegetarianista, o texto foi tirado do site Vegetarianismo. O vídeo é o Meatrix. Bom esse nome, não?! Vale a pena ver o vídeo e ler o texto. Muito!!! A transformação dos Animais em Alimento A competição para produzir carne, ovos e derivados de leite baratos tem levado o "agribusiness" a tratar os animais como objetos e mercadorias. A tendência mundial é a de substituir fazendas familiares pelas "fazendas-fábricas": galpões onde os animais são mantidos em currais abarrotados ou cocheiras estreitas. Um grande número de bois de corte, vacas leiteiras, leitões, galinhas e perus são criados nessas condições. Crueldade Industrializada: Fazendas-Fábricas A lei federal norte-americana de Bem-Estar dos Animais (Animal Welfare Act) exclui da proteção os animais de fazenda, e a maioria das leis anti-crueldade isentam a prática padrão da pecuária. Isso inclui marcar com ferro quente, castração, corte dos chifres, corte dos bicos e corte das caudas -- procedimentos realizados sem anestesia. “A maioria das pessoas que comem carne não pensam muito sobre todo o processo que envolve a conversão do animal vivo na carne no prato ... Para a pecuária moderna, quanto menos o consumidor souber o que acontece antes que a carne acabe no prato, melhor será. Se isso for verdade, seria uma situação éticamente justificável ? Deveríamos, nós pecuaristas, relutar em permitir que as pessoas saibam o que realmente se passa, só porque nós não nos orgulhamos do que fazemos e por termos medo de que as pessoas se voltem para o vegetarianismo ? Dr. PhD Peter Cheeke, professor de Pecuária da Oregon State University, livro-texto "Contemporary Issues in Animal Agriculture" (Questões Atuais da Pecuária), 1999” Muitos acreditam que os animais criados para alimento devem estar sendo bem tratados porque animais mortos ou doentes não rendem dinheiro. O Dr. PhD Bernard Rollin, explica que é "mais eficiente economicamente colocar um número maior de aves em cada gaiola, aceitando menor produtividade por galinha mas maior produtividade por gaiola ... os animais individuais podem "ter produtividade", por exemplo, em ganho de peso, também porque ficam imóveis, sofrendo por não ter como se mover ... galinhas são baratas, mas as gaiolas são caras". “Esse filme [Babe] é a idéia que as pessoas têm sobre os porcos. Os "Babes" da vida real não vêem o sol em suas vidas curtas, não têm palha para se deitar, e nem lama para se banhar. Os leitões vivem em gaiolas minúsculas, tão estreitas que não podem sequer se virar. Eles vivem sobre grades de metal, e seus excrementos são empurrados em calhas por debaixo e descarregados em fossas imensas. Morley Safer reportagem "Pork Power" (Poder dos Porcos), noticiário 60 Minutes, 19/9/1997” Em um artigo recomendando que o espaço seja reduzido de 8 para 6 pés quadrados por leitão, o jornal da indústria National Hog Farmer (Fazendeiro de Porcos Nacional) sugere que "Amontoar compensa" na produtividade final. Aves Nos EUA, praticamente todas as aves de produção são criadas em fazendas-fábricas. Nessas condições estressantes e superpopulosas, as galinhas bicam-se umas às outras. Para impedir isso, os funcionários cortam até 2/3 dos bicos com uma lâmina quente, causando dor severa durante semanas. Algumas aves não conseguem comer depois de cortado o bico e morrem de fome. Em galpões pouco ventilados, os excrementos exalam vapores que causam infecções respiratórias, infecções nos olhos e outros danos. Galinhas Poedeiras Até seis galinhas poedeiras vivem em uma única gaiola cujo chão feito de grades de arame nao passa de 1,7 pés quadrados. Essas condições levam à debilidade, ossos quebradiços, osteoporose e fraqueza muscular. ”Com o aumento do conhecimento sobre o comportamento e as habilidades cognitivas da galinha, veio o reconhecimento de que a galinha não é uma espécie inferior para ser tratada meramente como uma fonte de alimento. Dr. PhD Lesley J. Rogers, "The Development of Brain and Behaviour in the Chicken" (O Desenvolvimento do Cérebro e do Comportamento na Galinha), 1995” Em 1888, as galinhas punham em média 100 ovos por ano; em 1998, a média era de 256.8 Ao final de seu ciclo de postura, as galinhas nos EUA são abatidas ou recebem um "choque biológico" que consiste em remover a ração e a água por vários dias para provocar outro ciclo de postura de ovos. As fazendas de ovos não fazem uso dos pintos machos; eles são mortos por sufocamento em sacos plásticos, decapitação, câmaras de gás ou esmagamento. “De acordo com os estudiosos, as galinhas [criadas para o abate] crescem tão rapidamente que o coração e os pulmões não se desenvolvem o bastante para suportar o resto do corpo, resultando em falha cardíaca congestiva e tremendas perdas por mortes. David Martin para a revista Feedstuffs (Rações), 26/5/1997” A Realidade da Vida das Vacas As pessoas normalmente acreditam que elas não causam mal às vacas ao beber seu leite. No entanto, não é lucrativo manter as vacas vivas depois que sua produção de leite diminui -- geralmente por volta de 5 a 6 anos de idade, embora a longevidade normal seja de 25 anos. Assim, o consumo de leite e derivados leva diretamente à morte das vacas. As estatísticas do USDA (Departamento de Agricultura norte-americano) mostram que em 1940, as vacas atingiam em média 2,3 toneladas de leite por ano. Apesar dos grandes excedentes de leite, o Hormônio de Crescimento Bovino (BGH) foi aprovado em 1993; e por volta de 1997, a média era de 8,4 toneladas por vaca. Algumas vacas tratadas com o BGH tem produzido recentemente mais de 30 toneladas de leite em um único ano. A produção excessiva de leite leva a danos nos ligamentos da mama, fraqueza, mastite (inflamação da mama) e desequilíbrios metabólicos. ”A senhora DeBoer disse que nunca ordenhou uma vaca à mão, e espera não ter que fazer isso. Na fábrica que é seu estábulo, os empregados, quase todos imigrantes latinos, operam o maquinário. "É igual a uma fábrica", ela disse. "Se as vacas não produzem leite, elas viram carne." "Urban Sprawl Benefits Dairies in California" (Crescimento Urbano beneficia leiterias na California), reportagem do New York Times, 22/10/99” As vacas leiteiras raramente são permitidas cuidarem de seus filhotes. Um terço dos bezerros machos é morto imediatamente, ao mesmo tempo que 40% deles é criado para o mercado de vitelas alimentadas com uma "ração especial". Esses bezerros são normalmente mantidos em cocheiras individuais acorrentados pelo pescoço com uma corrente de 2 a 3 pés durante 18 a 20 semanas.2 Depois eles são mortos. E os peixes ? Muitos peixes possuem uma longa vida natural, um sistema nervoso complexo e são capazes de aprender tarefas não triviais. O livro-texto de Guyton & Hall "Textbook of Medical Physiology" (Compêndio de Fisiologia Médica) de 1996, declara que "as regiões inferiores do cérebro [que todos os vertebrados possuem] parecem ser importantes na percepção dos tipos de dor e sofrimento porque mesmo tendo seus cérebros cortados acima do mesencéfalo para bloquear todos os sinais de dor que atingiriam o cérebro superior, esses animais ainda demonstram inegáveis evidências de sofrimento quando qualquer parte do corpo é traumatizada". A cada ano, aproximadamente 80.000 golfinhos e milhares de outros animais marinhos são aprisionados nas redes de pesca comercial no mundo inteiro. A maioria morre. A pesca industrial esgota as cadeias alimentares marinhas, danificando seriamente os ecossistemas oceânicos. Transporte Durante o transporte, todos os animais de fazenda perdem pelo menos 3% de seu peso, a maior parte na primeira hora de viagem, através da urina e defecação bem como resultado de estresse. Os animais são obrigados a permanecer sobre os excrementos e ficam expostos à condições extremas de temperatura nos caminhões abertos, algumas vezes ficando presos ao caminhão por congelamento. Essas práticas padrão podem resultar em "baixas" -- animais que ficam doentes demais para andar, mesmo quando são espancados ou recebem choques com aguilhões elétricos. Em currais, os animais em "baixa" são arrastados por correntes, ainda vivos, e dali vão para o matadouro ou para uma pilha de animais mortos, onde são abandonados para morrer. Animais Selvagens O Serviço para Animais Selvagens da USDA/APHIS (órgão do Departamento de Agricultura norte-americano) e os criadores de gado matam animais selvagens para proteger os animais de fazenda. Tendo eliminado as populações nativas de lobos e ursos cinzentos, os caçadores do governo federal agora matam cerca de 100.000 coiotes, linces, porcos selvagens, bisões e leões-da-montanha a cada ano. Eles são alvejados por armas de fogo, mutilados em armadilhas cortantes, capturados com laços ou envenenados com cianeto. Teve o caso desse touro que eu lidei no ano passado -- esse touro foi um dos maiores que já vi. Estava bem na parte da frente do reboque. E a vontade que ele tinha ... estava tentando ao máximo sair do reboque. Ele estava levando choques um atrás do outros dados por três ou quatro motoristas ... mas seus quadris e suas pernas de trás estavam enfraquecidas demais. E assim, eles continuavam a dar choques. Levou 45 minutos para tirá-lo da parte da frente do reboque até a rampa na parte de trás ... Então, dali ele foi acorrentado pelas pernas da frente mas acabou caindo da rampa até o chão de uma distância que não sei quanto era mas que fez um estrondo ... aí eu disse "Porque vocês não sacrificam logo o infeliz ? O que há com vocês ? Cadê o código de Ética ?" e um outro cara disse "Eu nunca sacrifico. Porque eu iria matar uma vaca que ainda pode sair e ainda tem um bocado de carne nela ?" Quando eu comecei, tive uma conversa com um outro caminhoneiro sobre as "baixas". Ele disse "É melhor você não ligar mesmo. Isso tem acontecido por muitos anos. Vai acontecer ainda pelo resto da minha vida e da sua também. É melhor você se conformar. Isso sempre acontece. Você vai ficando um pouco amargo, como eu fiquei. Não pense nos animais. Imagine que eles não estão sentindo nada ou qualquer outra coisa." Entrevista com um caminhoneiro de gado canadense no documentário "A Cow at my Table" (Uma Vaca na Minha Mesa) sobre a indústria da carne.” (video à venda no site)

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado por Blog intiresny