domingo, 5 de fevereiro de 2006

Movimentos sociais lembram 250 anos da morte de Sepé

Um pouco da história do Brasil que os livros não contam...

Movimentos sociais lembram 250 anos da morte de Sepé

Fonte: Comitê do Ano de Sepé - 24/01/2006 do site www.projetosepetiaraju.org.br Atividades em São Gabriel (RS), nos dias 4 a 7 de fevereiro, contarão com atos públicos, celebrações indígenas e apresentações culturais. Milhares de pessoas são esperadas em São Gabriel para as atividades em memória dos 250 anos da morte de Sepé Tiaraju, entre os dias 4 e 7 de fevereiro. As comemorações contarão com apresentações musicais, encenação da morte de Sepé, ato público, celebrações indígenas e encontros dos movimentos sociais. O evento contará com diversas apresentações musicais e teatrais, como a encenação da morte de Sepé, entre os dias 4 e 6 de fevereiro. No dia 7, data da morte de Sepé, será realizado um grande ato público, com visitas aos locais históricos e celebrações do povo guarani. As comemorações são organizadas por um comitê formado por intelectuais, entidades como o Conselho Indigenista Missionário e movimentos sociais como a Via Campesina. O dia 7 começará com uma alvorada festiva e logo após os participantes se encontrarão no trevo principal da cidade, de onde seguirão em caminhada até a Sanga da Bica, local da morte de Sepé Tiaraju. Em seguida, haverá um ato público, com a presença de autoridades e movimentos sociais. As atividades terão diversas celebrações dos indígenas da etnia guarani. A Via Campesina reunirá cerca de mil camponeses a partir do dia 4, para um seminário de estudos sobre a história de Sepé. A Consulta Popular reunirá centenas de jovens também para um seminário de estudos. Além disso, a cidade de São Gabriel receberá uma Assembléia Continental dos Povos Indígenas, que reunirá guaranis do ConeSul além de lideranças indígenas de diversos Estados do Brasil. Quem foi Sepé Sepé Tiaraju era Corregedor da Redução de São Miguel durante a Guerra Guaranítica, iniciada após a assinatura, em 1750, do Tratado de Madri, em que Portugal e Espanha trocavam entre si os Sete Povos das Missões, sob domínio espanhol, pela Colônia do Sacramento, sob domínio lusitano. O tratado obrigava que os missionários das sete reduções jesuíticas que se encontravam no atual território do Rio Grande do Sul se deslocassem para a outra margem do rio Uruguai. Sepé liderou a resistência ao lado de Nicolau Ñenguiru, corregedor da Redução de Santa Maria. No dia 7 de fevereiro de 1756, na região chamada de Batovi, atual município de São Gabriel, Sepé Tiaraju é morto em combate. Relatos da época dão conta de que o líder guarani foi morto por um golpe de lança dado por um português e, depois, por um tiro de um espanhol. Três dias depois, liderados por Ñenguiru, cerca de 1,5 mil índios são massacrados pelas tropas de Espanha e Portugal. Entre a morte de Sepé Tiaraju e a expulsão de todos os jesuítas da América do Sul, no ano de 1768, o pensador iluminista Voltaire afirmou que “a experiência cristã das Missões Guaranis representa um verdadeiro triunfo da humanidade”. No ano de 1979, mais de dois séculos depois, a UNESCO, organismo das Nações Unidas para Educação e Cultura, tombou as Ruínas de São Miguel Arcanjo como Patrimônio da Humanidade.

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